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A importância de falar sobre suicídio

10/09/18

O suicídio é um tema que não deve ser ignorado. Culturalmente, as pessoas em nossa sociedade possuem grande dificuldade para lidar com o assunto. Mesmo quem já tentou o suicídio evita falar a respeito.

Quando alguém ao nosso redor diz que preferia estar morto ou que pensa que não vale a pena viver, é preciso ter atenção e conversar – de forma aberta, sem julgamentos. Isso significa que a pessoa já ultrapassou a barreira cultural da fala e pode estar precisando de ajuda. Estar próximo e mostrar-se preocupado em compreender a situação que a pessoa vive é fundamental.

“Nenhuma pessoa que se sente bem e está saudável emocionalmente tende a pensar que é melhor morrer do que viver. De alguma maneira, essa pessoa está sofrendo muito e entende o suicídio como uma saída, uma forma de acabar com a dor”. Fabíola Langaro, Psicóloga (CRP 12/0799).

Nós precisamos falar sobre o suicídio, conversar com quem vive essa situação e auxiliar na busca de ajuda profissional.

“Muitas pessoas têm medo de conversar sobre o suicídio. Temem dizer algo errado, que estimule essa atitude e possa piorar a situação. Na verdade, quem planeja cometer suicídio vai pensar nesse assunto de qualquer forma, independentemente da conversa ou não”. Andrea Hellena dos Santos, Psicóloga (CRP 12/8762).

Fatores de risco

Geralmente, os indivíduos que já tentaram o suicídio precisam de uma atenção especial. As chances de que eles venham a repetir a tentativa são bastante grandes.

Essas pessoas costumam sentir-se sozinhas, mesmo vivendo rodeadas pela família e pelos amigos. A depressão e a perda de vínculos são fatores de risco importantes.

“A pessoa que pensa em suicídio pode estar em uma situação em que não tem grandes trocas afetivas, nem um diálogo saudável com os que estão ao redor. Não se sente parte de um projeto coletivo, não consegue compartilhar experiências e escolhas”. Eliane Regina Ternes Torres, Psicóloga (CRP 12/02711).

É importante entender que não há uma única causa para o suicídio. Ele é um fenômeno que ocorre com a culminância de diversos eventos. Existem, porém, alguns fatores que podem ser desencadeantes do ato, visto que potencializam as possíveis causas e o sofrimento experimentado pela pessoa. Rompimentos de relações afetivas importantes, crises financeiras ou diagnósticos de doenças graves são alguns deles.

Rede de apoio

A fala sobre a vontade de cometer suicídio não deve ser encarada como uma tentativa de chamar a atenção. A maior parte dos indivíduos que pensam a respeito não chega a manifestar essa intenção. Podem chegar a morrer sem que as pessoas ao redor tenham conseguido ajudá-las.
Por isso, é preciso que a rede de amigos, família e colegas da pessoa em sofrimento estejam atentos aos sinais.

“As vezes é um comentário sutil, mas que deve servir de alerta. Especialmente se a pessoa em questão apresenta algum fator de risco ou está passando por alguma situação que potencialize o sofrimento” Fabíola Langaro, Psicóloga (CRP 12/0799).

É comum que familiares e amigos não se sintam preparados para lidar com o suicídio. As pessoas não sabem como reagir ao tema e sentem uma enorme responsabilidade ao lidar com o assunto. No entanto, é importante que todos ao redor estejam cientes dos riscos. Mostrar-se presente e atento é o primeiro passo.

“Se a pessoa diz que prefere sumir ou estar morta, pergunte a respeito. Peça para ela falar mais sobre isso. Mostre-se disposto a compreender o que está acontecendo, sem fazer julgamentos. Incentive-a a buscar ajuda profissional para uma avaliação” Andrea Hellena dos Santos, Psicóloga (CRP 12/8762).

O papel da Psicoterapia

No geral, as pessoas que pensam em suicídio não conseguem mais visualizar as possibilidades de um futuro diferente. As emoções vivenciadas são tão intensas que impedem as reflexões críticas acerca da sua existência.

É nesse ponto que o psicoterapeuta pode intervir. O objetivo do trabalho é fazer com que a pessoa com ideação suicida compreenda como o seu sofrimento foi construído ao longo da própria vida, chegando até o presente.

A partir dessa reflexão crítica – que busca entender a formação da própria personalidade – é possível ressignificar o passado. Perceber os motivos pelos quais, naquele momento, não é possível vislumbrar um futuro com outras possibilidades. E que o fato de não conseguir enxergar essas possibilidades de futuro não significa que elas não existam.

“Essa compreensão nos dá uma capacidade maior de ação no presente e a possibilidade de lançar-se ao futuro de forma diferente, com mais noção de sua capacidade de modificar o cenário atual. Perceber que o sofrimento pode sim ser vencido” Eliane Regina Ternes Torres, Psicóloga (CRP 12/02711).

O trabalho do psicoterapeuta também envolve o resgate das relações afetivas. Auxilia no fortalecimento de vínculos com amigos e familiares. Viabiliza a construção de projetos em comum com as pessoas ao redor.

Em casos graves, nos quais as pessoas passam da ideação para o planejamento do suicídio, o trabalho multidisciplinar, com acompanhamento de diferentes profissionais da área da saúde (como o médico psiquiatra) é imprescindível.
Durante as crises, em que a pessoa encontra-se na iminência de cometer o suicídio, evite é importante não deixá-la sozinha e chamar um serviço médico de emergência.

A Clínica Consciência Psicologia busca promover relações saudáveis, em busca de um futuro de superações e (re)construções. Nossos profissionais trabalham com ética, na busca da redução do sofrimento humano.

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