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Atendimento Psicológico Domiciliar

6/08/19

Na antiguidade, antes da existência dos hospitais, as pessoas que adoeciam eram com frequência cuidadas em suas casas. No século XIX, com a criação e organização das instituições hospitalares nos moldes em que conhecemos hoje, as pessoas passaram a procurar por cuidados profissionais em espaços reconhecidamente apropriados para o exercício da atenção em saúde. Porém, recentemente, diversos países do mundo, incluindo o Brasil, começaram a rever as práticas de atenção no lar. Retomam, assim, a ideia de oferecer cuidados em saúde no seu ambiente familiar, incluindo o atendimento psicológico domiciliar.

Em 2012, o Ministério da Saúde brasileiro lançou o Programa Melhor em Casa. Tal iniciativa prevê o atendimento domiciliar a pacientes pelo Sistema Único de Saúde  (SUS) por equipes multiprofissionais. Segundo o Caderno de Atenção Domiciliar (BRASIL, 2012), esta modalidade de atendimento “expõe as equipes à realidade social na qual a família está inserida, à sua rotina, seus valores e às formas de cuidar instituídas no senso comum e na memória falada, passada de geração em geração. Um dos diferenciais das equipes de atenção domiciliar com relação às demais equipes de saúde da rede de atenção é o fato de que constroem sua relação com o sujeito que necessita de cuidados no domicílio, e não em um estabelecimento de saúde” (p. 11).

Segundo este documento, o envelhecimento da população é um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento das práticas de cuidado no domicílio. Junto a ele, o aumento das doenças crônico-degenerativas e suas complicações, acidentes automobilísticos e violências (causas externas) (MENDES, 2001). 

Atendimento Psicológico Domiciliar

A psicologia como profissão, regulamentada na década de 60 no Brasil, começou suas intervenções dentro de clínicas/consultórios e hospitais. Aos poucos, porém, foi ampliando sua atuação para fora desses espaços. Foi assim, por exemplo, que profissionais passaram a realizar atendimento psicológico domiciliar. Além disso, passaram a exercer também o acompanhamento terapêutico nas comunidades, na rua e em espaços públicos. Dessa forma, ampliaram o atendimento a pacientes psiquiátricos graves, em especial àqueles desospitalizados após longos períodos de internação psiquiátrica. Pacientes com doenças graves, crônicas, passaram a receber atendimento domiciliar de equipes multidisciplinares de saúde.

Atualmente, o atendimento psicológico domiciliar acontece principalmente nas situações em que os profissionais fazem parte de equipes que realizam atendimento domiciliar. Como exemplo, há os psicólogos que trabalham em equipes na área da assistência social e também na área da saúde, nos chamados “home cares”.

Porém, psicólogos clínicos e da saúde estão autorizados a realizar o atendimento domiciliar nos casos em que haja dificuldade de o paciente se deslocar até o espaço de atendimento do psicólogo. Esse é o caso, principalmente, de pessoas idosas, pessoas que passaram por cirurgias e estão em reabilitação, ou ainda pessoas que estão em fase avançada de doenças graves.

Como acontecem os atendimentos do psicólogo em casa

O pedido ou a indicação para o atendimento psicológico domiciliar pode ser feito pelo paciente, familiares ou outros profissionais de saúde. A partir dele, o psicólogo realiza uma avaliação, identificando as necessidades do atendimento e as demandas para o acompanhamento. Em continuidade, faz o planejamento das intervenções.

Os atendimentos psicológicos ocorrem em dias e horários previamente agendados. O profissional se desloca até o domicílio do cliente, podendo também atendê-lo em outros locais de moradia ou permanência, como em residenciais geriátricos. Neste espaço, é importante que o paciente, familiares e demais pessoas presentes no ambiente ofereçam privacidade e sigilo. Este é o maior cuidado ético a ser observado nesta modalidade de atendimento psicológico.

Relação com o Psicólogo no Atendimento Domiciliar

Em muitas situações, os pacientes atendidos no domicílio são idosos ou enfrentam limitações no seu estado de saúde. Por isso, é importante que a consulta seja realizada em um espaço de conforto. Além disso, também é importante estabelecer horários convenientes ao profissional e ao cliente.

Da parte do psicólogo, é muito importante considerar que irá entrar em contato com informações que o paciente, por vezes, não escolheu revelar (sobre sua casa, sua família, dinâmica de relações). Por outro lado, a visita ao ambiente pode contribuir para a compreensão do caso. Além disso, pode colaborar também para possíveis orientações ao grupo familiar.

Já o paciente e a família, por vezes, podem não saber exatamente como receber o psicólogo, por não estarem habituados a ter esse profissional no espaço de sua casa. Porém, esta relação será construída, com base na confiança mútua e em acordos que deixem confortáveis todos os envolvidos.

Desse modo, o vínculo e as técnicas utilizadas pelo psicólogo são mais importantes do que o lugar em que o atendimento é realizado. Porém, é fundamental que os atendimentos sigam e respeitem o preconizado pelo Código de Ética Profissional do Psicólogo.

Na Clínica Consciência Psicologia, realizamos atendimento psicológico domiciliar mediante avaliação das demandas e pertinência dessa modalidade de atendimento. Entre em contato para tirar dúvidas e solicitar informações complementares.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de atenção domiciliar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

MENDES, E. V. Os grandes dilemas do SUS. Salvador: Casa da Qualidade Editora, 2001.

 

Mulher sentada na pedra, olhando o mar.

 

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