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Brasileiros vivendo fora do país: quais são os principais desafios e como a psicoterapia pode auxiliar?

15/04/25

Viver fora do Brasil é o sonho de muitos brasileiros. Muitos vão em busca de oportunidades de trabalho e de melhores condições de vida. Outros, ainda, buscam pelas experiências que essa mudança pode oferecer. Para alguns, é um projeto com prazo para terminar. Para outros, pode ser o projeto de uma vida toda.

Sair do seu país de origem em busca de objetivos, metas ou vivências específicas pode trazer grandes realizações e alegrias. Mas pode também ser bastante desafiador. A adaptação a um novo país, com um idioma diferente, com uma cultura por vezes bastante distante da sua de origem, enfrentar possíveis situações de preconceitos e dificuldade para encontrar trabalho em sua área de formação são alguns dos desafios que brasileiros morando no exterior podem encontrar. Nessas situações, coisas aparentemente simples podem fazer muita falta e tornar o dia a dia difícil: compartilhar experiências emocionais com pessoas que podem não compreender exatamente o que é dito, precisar mudar hábitos de alimentação por não encontrar alimentos e produtos comuns no país de origem, enfrentar o clima por vezes tão diferente do famoso clima tropical do Brasil, bem como lidar com crenças, regras e leis que podem não fazer muito sentido para quem foi criado em outro contexto.

Por essas razões, temos observado com frequência o relato de brasileiros morando fora do Brasil sobre a sensação de não pertencimento ao lugar em que escolheram viver. Por mais que consigam a permanência legal, existe um marcador de que permanecem sendo estrangeiros naquele país e, com isso, sentem-se distanciados dos demais cidadãos, seja pela cultura, pelo idioma, seja pelas atitudes dos nativos em relação aos imigrantes. Isso pode ser gerador de sofrimento ou mesmo de dificuldades emocionais e de relacionamentos, gerando sensação de exclusão ou de que não deixarão de ser alguém “diferente” para as pessoas do país em que escolheram morar. Por esse motivo, inclusive, é tão comum que brasileiros busquem construir redes com outros brasileiros, com quem podem construir alguma sensação de integração, acolhimento, aceitação e compreensão.

Também são comuns relatos sobre a experiência de solidão. Muitas vezes, mesmo para pessoas que se casaram com alguém natural do país para o qual migraram, mesmo tendo tido filhos/as, os relatos são de que não se sentem completamente inseridos no lugar em que escolheram viver. Em parte, a solidão pode acontecer pelas diferenças que existem nos modos de se relacionar, em especial pelo fato de que brasileiros são conhecidos por serem acolhedores e agregadores, o que pode não ocorrer em outros país, alguns conhecidos pelas relações sociais mais formais ou menos calorosas do que os brasileiros estão acostumados.

Além disso, quando brasileiros se casam com estrangeiros e vivem no país de origem de seu/sua cônjuge, muitas vezes pode haver dificuldade de se incluir como membro da família do mesmo/a, além da dificuldade para compreender algumas escolhas de seus/suas cônjuges. Isso pode ocorrer pelo não compartilhamento de hábitos, costumes e formas de viver de seu parceiro/parceira. Nesse ponto, há algo interessante de observar: muitas vezes, é possível entender racionalmente a cultura em que os brasileiros passam a residir; porém, isso não necessariamente significa que emocionalmente se sintam confortáveis com essa forma de viver.

Sobre a inserção no mercado de trabalho, muitos brasileiros encontram dificuldade para validar diplomas, obter autorizações de trabalho ou lidar com diferenças no ambiente profissional. Uma boa parte acaba precisando realizar trabalhos nos quais nem sempre encontram satisfação e que se tornam exclusivamente uma fonte de renda. Além disso, caso a pessoa não seja fluente no idioma do país, as oportunidades são ainda mais restritas e conseguir um emprego pode ser bastante desafiador.

Por fim, podem ser experimentados sentimentos de culpa pela sensação de ter deixado no Brasil pessoas que talvez estejam em situação de vulnerabilidade ou que não tiveram a mesma oportunidade de migrar. Também há situações em que os brasileiros deixaram suas famílias em um contexto de tranquilidade (todos bem financeiramente e com saúde, por exemplo), mas que, em momentos de alterações nesses cenários (casos de adoecimento, mesmo de morte repentina, ou outras perdas da condição em que a família vivia), que haja dificuldade em se deslocar ao Brasil, tendo que acompanhar, à distância, esse revés familiar.

E, ainda que a culpa não esteja presente, são frequentes os relatos de saudade da família, de amigos e, por vezes, do estilo de vida que se tinha no Brasil, especialmente em datas comemorativas, o que pode também contribuir com a sensação de solidão ou tristeza, afetando a saúde emocional de quem optou por viver fora do país.

Diante desse cenário, a psicoterapia, enquanto ferramenta científica, procura oferecer às pessoas um espaço de compreensão sobre sua personalidade e sobre os fatores que contribuem para o modo como vivem suas experiências e possíveis situações de sofrimento. Ao longo do processo, a psicóloga propõe novas perspectivas sobre os problemas vividos, indicando outros instrumentos e ferramentas de ação e ampliando as possibilidades de escolha na construção de novos caminhos, mais viabilizadores em relação ao que cada pessoa busca ser e realizar.

Como a psicoterapia com uma profissional brasileira pode ajudar nesses casos?

Entre as razões para que brasileiros morando fora do país façam processos de psicoterapia com profissionais brasileiras está a familiaridade com as particularidades culturais. Isso ocorre porque os aspectos culturais desempenham um papel significativo na maneira como as pessoas percebem, vivenciam e expressam suas emoções, além de influenciar as dinâmicas de relações interpessoais e familiares.

Outro motivo está no idioma e na expressão, visto que a terapia geralmente envolve relatar sobre experiências íntimas e complexas. Falar na língua materna, com uma psicoterapeuta que compreende nuances do português brasileiro, permite que a expressão de emoções seja mais fluida e sem o esforço de tradução.

Uma psicoterapeuta brasileira entende, ainda, as dinâmicas sociais e valores que contribuem para a constituição do comportamento e a visão de mundo de seus compatriotas. A empatia de um profissional que compartilha a mesma bagagem cultural pode ser, portanto, um elemento que contribui para uma conexão mais profunda e autêntica entre paciente e psicoterapeuta.

Essa familiaridade cultural promove um espaço seguro, em que o paciente sente que não precisa gastar energia explicando sua cultura ou traduzindo sua vivência. Isso permite que o foco permaneça nas questões emocionais, e não em barreiras culturais ou linguísticas.

Na Clínica Consciência Psicologia, você encontra psicólogas capacitadas para o atendimento a brasileiros morando no exterior, tanto pela experiência de atendimento que acumulam, mas também pela formação técnica e aprimoramento constante. Por estarem habituadas ao atendimento de clientes morando fora do Brasil, têm a compreensão necessária sobre os desafios dessa experiência, além de realizar um movimento ativo para a adaptação em relação a horários e demais aspectos fundamentais para um bom processo de psicoterapia.

Quer saber mais sobre nosso trabalho? Entre em contato para outras informações.

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