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O caminho para as mudanças

12/07/23

Na maioria das vezes, quando buscam por psicoterapia, as pessoas têm pressa para que as mudanças desejadas aconteçam. Ao mesmo tempo, com frequência ouvem: toda mudança é um processo, não ocorre de modo imediato.

Mas, por que a mudança é um processo? E como ele ocorre?

A resposta está relacionada ao modo como nossa personalidade (ou dinâmica psicológica/de ser) se constrói ao longo de nossas vidas. Primeiro existimos no mundo, sem um Eu formado. Somos corpo e consciência, nos relacionando com os outros, com as coisas, com o tempo. E é a partir das experiências concretas que vamos tendo, a partir daquilo que vivemos – e posteriormente do que apropriamos sobre essas vivências – que nossa personalidade irá se formar. Assim, o caminho para a constituição de nossa personalidade vai das vivências concretas para a apropriação que fazemos dela, para que se tornem parte do nosso ser.

Desse modo, nessa mesma direção, para que uma mudança na nossa dinâmica de ser aconteça, precisamos viver experiências novas, diferentes das anteriores, para que elas então sejam apropriadas como novas possibilidades para o nosso Eu. É por isso que somente refletir sobre nossas ações e desejos (embora seja parte importante do processo), não garante que a mudança aconteça. 

Além disso, existe um aspecto fundamental nesse processo: na maioria das vezes não basta viver uma nova experiência uma única vez para que esse novo modo de ser seja integrado. Com frequência são necessárias várias situações semelhantes para que essa apropriação de uma nova dinâmica de ser aconteça. É preciso, então, que por diversas vezes aquela experiência seja vivida e, em seguida, apropriada, para que ela se torne parte definitiva das escolhas que fazemos cotidianamente.

Mudar é trabalhoso porque estávamos há algum tempo vivendo de uma forma e, para que as novas formas passem a fazer parte da nossa trajetória no presente (e no futuro), elas precisam se fortalecer. É como um atalho que foi produzido em um campo gramado, por onde muitas pessoas passaram por longos anos, onde a grama não cresceu mais e um caminho ficou evidenciado: pra que um novo atalho seja produzido naquele campo, não basta que alguém caminhe por ele uma única vez – serão necessárias muitas caminhadas em cima daquele pedaço de grama para que uma nova trilha se produza. 

Se esse é o caminho da constituição da nossa personalidade e, em consequência, das mudanças que queremos produzir nela, isso ocorre inclusive porque esse é também o processo para a produção de novas conexões neurais. Desde que nascemos, por meio da relação com o mundo, nosso cérebro vai criando diversas conexões, baseadas nas interações e estímulos que recebemos e criamos. Após um tempo e com o processo de aprendizagem, tendo sido criadas as principais conexões relacionadas aos nossos comportamentos habituais, temos formada uma rede de conexões. 

Com o passar dos anos, nosso cérebro passa a utilizar das redes de neurônios já construídas, que são conhecidas dos neurônios. Essas trilhas já estão ali, prontas para serem usadas pelos impulsos elétricos, bastando segui-las para chegar ao destino. Essas conexões representam, portanto, nosso comportamento espontâneo, menos trabalhoso para o nosso cérebro e que garantem um gasto de energia menor do que a formação de novas conexões.

Então, na medida em que iniciarmos um novo comportamento, faremos com que nosso cérebro deixe de gastar menos energia, para gastar mais, para que novas conexões sejam criadas. Isso só se realiza com esforço, dedicação e intenção, na medida em que encontramos razões para fazer um caminho mais trabalhoso e “forçamos” nosso cérebro a criar essas novas trilhas. Por fim, é a repetição desses novos comportamentos que fortalece as novas conexões feitas, até que aquele novo caminho se torne também espontâneo – uma possibilidade que inicialmente precisava de muita energia para se efetivar e que, agora, é também uma possibilidade mais facilmente acessada.

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