O ano está finalizando e é comum que as pessoas façam planos e estabeleçam metas para o ano que iniciará. Muitas, antes de planejar, realizam balanços do ano que se encerra. Assim, avaliam suas conquistas e também aquilo que não pôde ser realizado. Essa retomada do que foi ou não concretizado pode ser importante para avaliar em que aspectos de nossa vida investimos nosso tempo e nossas ações. Mas, especialmente, pode ser fundamental para reflexões sobre o modo como temos feito nossas escolhas e como desejamos seguir adiante.
O Papel das Reflexões em Nossas Vidas
Dessa forma, quando pensamos no Natal como uma época de nascimento ou de renovação, podemos pensar que esse período propicia uma reflexão crítica acerca de nosso posicionamento no mundo. Embora essas reflexões possam ocorrer a qualquer tempo – e seria ótimo que isso de fato acontecesse -, há nesse momento uma atmosfera que impulsiona para esse movimento de avaliação. Isso porque estamos inseridos em uma cultura que promove rituais e celebrações que contribuem para que as pessoas entrem em um clima de confraternização. Ainda, incentiva que sejam realizados fechamentos para que novos começos tomem forma.
Nesse cenário, refletir criticamente significa tomar certa distância dos eventos passados. Ainda, considerar quem somos, como agimos, que escolhas fizemos e que fatores contribuíram para que tenhamos realizado as ações de determinada maneira. Ademais, implica pensar em que futuro estamos produzindo na medida em que escolhemos uma posição ou outra. Significa, assim, sair de uma espontaneidade, de um “automático”, e perceber que nossas escolhas nos tornam quem somos e constroem o futuro.
Refletindo sobre as Escolhas em seus Contextos
Nesse processo, há algo importante a ser considerado: nossas escolhas estão sempre situadas em um contexto. Isso significa que nem sempre “querer é poder”. Afinal, cada decisão que tomamos é realizada dentro de determinada condição de possibilidades. Como exemplo, vamos pensar que alguém entregue a você três ingredientes e peça para que você ofereça uma grande e bonita Ceia de Natal. Isso seria possível? Talvez você encontrasse uma grande dificuldade em realizar essa tarefa. Por outro lado, se você recebesse um vale compras de alto valor para gastar em um supermercado, talvez a realização da ceia se tornasse mais viável, não é mesmo?
Portanto, quando realizamos a retomada de nossas escolhas, é importante considerar o cenário no momento em que as fizemos. É preciso então lembrar quais elementos conhecíamos na época, a que informações tínhamos acesso e que critérios utilizamos para tomar as decisões. Precisamos entender que somente podemos, no presente, avaliar “melhor” os resultados porque as escolhas já foram feitas. Da mesma forma, porque as consequências já foram observadas. Há um ditado que diz que “é muito fácil ser inteligente depois de tudo já ter acontecido”. Isso porque, depois de escolher e realizar as ações, temos uma nova perspectiva acerca do processo e concretamente sabemos se nossa decisão nos levou ao caminho desejado. Mas, antes de fazê-la, esse conhecimento não era possível.
Resoluções de Ano Novo
Assim, lembre-se de que sim, o famoso “balanço de final de ano” e as “resoluções de ano novo” podem ser importantes marcos na nossa vida. Porém, como já dissemos em post anterior, o tempo é contínuo e sempre será o momento de reflexões sobre nossas posições no mundo. Desse modo, considere as condições de possibilidade que você teve para concretizar aquilo que foi possível e avalie com cautela as ações que entende que deixou de empreender. Planeje então não somente ampliar sua responsabilidade pelas decisões e ações no mundo, mas também como expandir as ferramentas de que dispõe para fazê-lo.
Lembre-se, ainda, que entre essas ferramentas está a psicoterapia, que tem justamente a função de construir com as pessoas estratégias para agir no mundo. Assim, é uma importante aliada no processo de ampliação das possibilidades de escolha. Conte com nosso trabalho para fazer de 2020 um ano de realizações e boas decisões.
