A psicoterapia para casais (mais conhecida como terapia de casal) é vista por muitos como “a última alternativa” para resgatar uma relação conjugal. Geralmente, as pessoas procuram ajuda profissional em momentos de conflito, em que já não se sentem mais tranquilas, nem envolvidas junto ao companheiro ou companheira.
“As pessoas dizem que já não sentem mais a mesma conexão. Se afastam, deixam de conversar e perdem a espontaneidade, com medo da reação do outro. Podem pensar, inclusive, em separação” Andrea Hellena dos Santos, Psicóloga (CRP 12/8762).
No entanto, a terapia de casal não é indicada apenas para crises graves. Pelo contrário. A intervenção precoce, logo no surgimento das primeiras dificuldades, pode evitar grandes sofrimentos. É o que veremos a seguir.
O que diz Sartre
A psicologia clínica com base no existencialismo de Sartre (1905 e 1980) nos mostra que é possível ressignificar o passado, agir no presente e modificar o futuro.
Para Sartre, a nossa personalidade e as nossas características não nascem conosco. Elas são construídas e reveladas à medida que nos relacionamos com as outras pessoas e com o mundo.
São as reflexões que fazemos e a maneira como nos apropriamos das nossas próprias experiências que formam quem somos hoje. Essa compreensão é muito importante na terapia de casal.
Personalidades diferentes
Cada pessoa traz consigo uma história, um conjunto de experiências e de relações que formam o núcleo da personalidade. Esses elementos podem ser bastante diferentes entre as pessoas. O modo como cada indivíduo reflete e se apropria deles também.
“Uma pessoa que teve pais muito autoritários pode ter dificuldade nos diálogos do dia a dia, por sentir que está sendo controlada. É importante que essa pessoa tenha compreensão do modo como essa situação a afeta – e que o companheiro ou companheira também saiba disso” Fabíola Langaro, Psicóloga (CRP 12/0799).
Um dos objetivos da terapia de casal é promover a reciprocidade. Isso permite perceber como e por que a sua ação afeta o cônjuge – e como e por que as ações do cônjuge afetam você. Quanto antes essa compreensão for feita, menores tendem a ser as chances de sofrimento.
Mudanças ao longo da vida
Além de possuírem histórias e características diferentes, a decisão de dividir a vida com outra pessoa, por mais significativa que seja, não interrompe o processo constante do que Sartre chamou de “vir-a-ser”. Ou seja, a todo momento, os sujeitos precisam se escolher e agir sobre o mundo, trilhando sua sua história, sempre em construção.
Tais mudanças podem promover uma nova organização dos indivíduos. Eles podem passar a fazer escolhas diferentes daquelas que faziam anteriormente, afetando o companheiro ou companheira.
“Situações em que um cônjuge quer ter filhos, mas o outro decide que não quer, são relativamente comuns. Decisões como morar fora do país, mudar de emprego ou fazer outro curso universitário são bons exemplos de projetos individuais que podem afetar diretamente o projeto em comum do casal”. Eliane Regina Ternes Torres, Psicóloga (CRP 12/02711).
Os problemas conjugais também podem surgir no sentido contrário, através da resistência à determinadas mudanças. Entender que os contextos se transformam e como estas mudanças nos afetam, pode fazer parte do processo da terapia de casal.
Trata-se de um raciocínio importante para a viabilidade do projeto comum.
Projeto comum
Da mesma forma que as pessoas envolvidas em uma relação têm um passado, elas também têm uma idéia de futuro própria. São projetos e objetivos individuais que podem se modificar ao longo do tempo, à medida que vivenciamos experiências novas.
“Um dos grandes desafios dos casais é mediar e viabilizar os objetivos individuais juntamente com o projeto comum” Fabíola Langaro, Psicóloga (CRP 12/0799)
Nesse sentido, o papel da terapia de casal é ajudar as pessoas a compreenderem melhor o projeto comum e a refletirem criticamente sobre ele. O acompanhamento profissional logo no surgimento das primeiras dificuldades auxilia a viabilizar objetivos individuais e coletivos. Pode evitar afastamentos e sofrimentos desnecessários.
“Não é função do psicoterapeuta se posicionar a favor ou contra alguém. É preciso entender que não existe certo ou errado nessas situações. As pessoas estão ali para compreender quem elas são, quais são as dificuldades e por que elas acontecem” Andrea Hellena dos Santos, Psicóloga (CRP 12/8762).
“O profissional não determina se o casal deve ou não continuar junto. Nós ajudamos as pessoas a perceberem as diferentes possibilidades existentes e a compreenderem as consequências de cada uma delas” Fabíola Langaro, Psicóloga (CRP 12/0799).
“O sigilo é total. As informações das consultas individuais só são compartilhadas nas consultas em conjunto com a autorização do paciente. O planejamento para isso é minucioso” Eliane Regina Ternes Torres, Psicóloga (CRP 12/02711).
A Clínica Consciência Psicologia busca promover relações saudáveis, em busca de um futuro de superações e (re)construções. Nossos profissionais realizam a terapia de casal com ética, na busca da redução do sofrimento humano. Conte conosco!