Vimos no texto “Os principais objetivos da terapia infantil” que um dos propósitos da terapia para crianças (de 3 a 12 anos) é fazer com que os pais entendam como acontece a formação da personalidade e as condições de ser na infância.
Faz parte deste trabalho, assim, compreender como as dificuldades vividas por adultos e crianças se constituem ao longo do tempo e as possibilidades de mudanças concretas que existem para superar eventuais dificuldades no desenvolvimento infantil.
Toda criança é um ser que estabelece relações e se apropria do mundo ao redor. Muitas vezes, o que os pais acreditam ser um transtorno de comportamento ou uma característica genética é, na verdade, fruto do processo histórico da criança (por mais curto que ele tenha sido até então).
A terapia para crianças faz com que elas também compreendam melhor o processo pelo qual estão passando – e as suas capacidades de fazer escolhas e de alterar o curso das dificuldades.
O trabalho da psicoterapia para crianças (mais conhecida como terapia infantil ou terapia para crianças), visa o bom desenvolvimento psicológico e a formação de uma personalidade saudável.
Abaixo, nós iremos mostrar, de forma geral, como as sessões de terapia para crianças funcionam.
Primeiras consultas
Em média, as primeiras duas consultas do trabalho de terapia para crianças são realizadas com os seus pais ou responsáveis. Nessas conversas, o psicoterapeuta busca entender melhor as dificuldades vividas e o universo em que a crianças está inserida. Temas como as relações familiares, as mudanças e eventos significativos pelos quais a criança passou desde o seu nascimento são abordados.
“Já no início do trabalho, os pais são orientados a como falar com as crianças sobre a psicoterapia. Sobre como esse processo de consultas e conversas deve ser introduzido, para evitar que a criança crie fantasias e resistências a respeito” – Andrea Hellena dos Santos, Psicóloga, CRP 12/8762.
“Para os menores, nós costumamos orientar os pais a avisarem que a criança irá conhecer uma pessoa que deseja conversar, brincar e conhecê-la. Falar sobre o ambiente e antecipar alguns elementos do processo pode ajudar” – Eliane Regina Ternes Torres, Psicóloga, CRP 12/02711.
Sessões com a criança
Uma vez mapeadas as dificuldades junto aos pais e responsáveis – e realizado o trabalho de introdução à psicoterapia – as crianças são recebidas no consultório para 3 a 4 sessões de avaliação sem a presença dos pais.
Para isso, além do cuidado e do acolhimento do psicoterapeuta, uma série de atividades lúdicas são planejadas de acordo com a idade e preferências mapeadas anteriormente.
“Nós procuramos identificar o que a criança gosta e usamos isso para facilitar a comunicação com elas e estabelecer um vínculo, que é fundamental para o desenvolvimento do trabalho. Brinquedos, jogos, desenhos, livros e revistas infantis nos ajudam a interagir e a fazer da consulta um momento agradável e produtivo” – Fabíola Langaro, Psicóloga, CRP 12/0799.
É a partir das atividades lúdicas que os profissionais avaliam as formas de interação e as reações das crianças. A medida que as sessões avançam, é possível planejar atividades cada vez mais específicas e estruturadas, de acordo com os objetivos desejados.
“Caso o objetivo seja falar da escola, o psicoterapeuta pode desenvolver uma atividade que remeta a este universo. No geral, as crianças aceitam bem as propostas e, durante estas sessões, fornecem elementos próprios sobre como vivenciam esta experiência. O profissional pode então identificá-los, analisá-los e compreendê-los melhor” – Andrea Hellena dos Santos, Psicóloga, CRP 12/8762.
Retorno aos pais e Diagnóstico
Durante as sessões de avaliação feitas com os pais e com as crianças, o psicoterapeuta elabora um primeiro diagnóstico situacional, ou seja, uma primeira compreensão sobre o que pode estar gerando as dificuldades que levaram à busca por ajuda.
O profissional, então, planeja uma consulta de retorno aos pais, que recebem a devolutiva com a proposta de trabalho exclusiva e personalizada para o caso. Nesse momento, é possível compreender a necessidade ou não do acompanhamento para crianças.
“Nós realizamos um planejamento e o apresentamos aos pais. A partir daí, as sessões de terapia para crianças podem adquirir objetivos ainda mais específicos” – Eliane Regina Ternes Torres, Psicóloga, CRP 12/02711.
“O engajamento dos pais e responsáveis é fundamental para o sucesso da terapia para crianças. Além das sessões exclusivas com elas, os pais deverão ser constantemente chamados para receber devolutivas, esclarecimentos e orientações” – Fabíola Langaro, Psicóloga, CRP 12/0799.
A terapia para crianças permite entender como elas se apropriam do mundo ao redor, como os problemas identificados foram se constituindo e como as próprias crianças se constituíram em meio a eles. Desta forma, é possível direcionar o processo de formação da personalidade e evitar futuras dificuldades.
Recebendo alta
A terapia para crianças não é um processo sem fim. O trabalho possui objetivos claros e, uma vez alcançados, o paciente deve receber alta.
“A partir da terapia para crianças, os pais passam a compreender e mediar melhor situações fora do espaço da própria terapia. As crianças também passam a se viabilizar melhor. A relação entre pais e filhos tende a melhorar a partir da vivência deste processo.” – Eliane Regina Ternes Torres, Psicóloga, CRP 12/02711.
“A alta na terapia para crianças é concedida no momento em que os pais e as próprias crianças mostram-se seguras para lidar com as antigas dificuldades. O profissional de Psicologia é capacitado para verificar se estes avanços já se efetivaram na prática e, assim, dar andamento ao processo de alta.” – Andrea Hellena dos Santos, Psicóloga, CRP 12/8762.
A Clínica Consciência Psicologia busca promover relações saudáveis, em busca de um futuro de superações e (re)construções. Nossos profissionais realizam a psicoterapia para crianças com ética, na busca da redução do sofrimento humano.
