Comumente, nos deparamos com muitos conceitos pré-concebidos sobre a Psicoterapia e que, muitas vezes, são equivocados. São mitos que acabam gerando uma certa confusão e, até mesmo, preconceito em relação à busca de assistência psicológica. Neste texto, abordaremos 7 principais mitos sobre a psicoterapia. Boa leitura!
1. Quem vai ao psicólogo é louco ou tem problemas muito graves.
Inicialmente, quando no seu surgimento, a psicologia clínica esteve mais voltada para questões de “desajustes sociais e mentais” (considerados assim na época). Porém, com o passar dos anos e com os avanços científicos, psicoterapeutas ampliaram sua atuação. Deixaram de trabalhar somente com questões psicológicas graves. Passaram a atuar também na prevenção delas e na melhora da qualidade de vida das pessoas.
Assim, a psicoterapia não é direcionada somente para o cuidado a psicopatologias, mas pode também estar voltada para autoconhecimento, autorrealização, ressignificação de experiências, reorganização de projetos e melhora nas relações sociais e afetivas. Nesse sentido, muitas pessoas procuram a psicoterapia para aprender a lidar melhor com situações vivenciadas. Entre elas, por exemplo, mudanças de cidade, de trabalho e nascimento de filhos. Buscam, assim, o desenvolvimento pessoal e formas concretizar o seu futuro desejado.
2. Se o psicólogo não passou pela mesma situação que eu, ele não poderá me compreender e me auxiliar.
A formação do psicólogo está voltada para a compreensão de como as pessoas se constituem, bem como sobre como o sofrimento acontece na vida humana. Assim, o psicoterapeuta possui ferramentas teóricas e técnicas para compreender diferentes situações e realidades.
Além disso, ainda que o psicólogo tivesse passado por situação semelhante àquela vivida pelo seu cliente, o foco das intervenções sempre está baseado na experiência singular de cada pessoa. Portanto, é sempre importante que o profissional compreenda como cada sujeito vive sua condição e sobre quais são as dificuldades que enfrenta naquele contexto.
3. Estou tomando remédios prescritos pelo psiquiatra, então não preciso fazer psicoterapia.
Alguns pacientes começam um tratamento psiquiátrico antes de buscar pela psicoterapia e, após algum período, experimentam a melhora de seus sintomas (como tristeza muito intensa, ansiedade, dificuldades para dormir, alterações de apetite).
Nestas situações, é importante compreender que a melhora dos sintomas não significa que a situação que levou ao sofrimento esteja resolvida.
Na psicoterapia, a pessoa poderá compreender o que a levou a ter esses sintomas, quais foram os possíveis eventos e características de sua personalidade que fizeram com que vivenciasse um sofrimento intenso e, a partir disso, pensar em como realizar mudanças para que tenha condições de enfrentar essas experiências de outra forma.
Nem todas as pessoas que fazem psicoterapia vão precisar fazer uso de medicações psicotrópicas. Mas quando a utilização deste recurso é necessária, psiquiatria e psicologia juntas podem ser grandes aliadas no processo de superação de sofrimentos.
4. Fui uma vez ao psicólogo e não gostei, penso que a psicoterapia não poderá me ajudar.
É importante compreender que há diversos fatores que podem fazer uma psicoterapia ser uma boa ferramenta de mudanças. Entre esses fatores está a forma de trabalho do psicólogo, sua abordagem teórica e sua formação.
Desse modo, antes de ir ao psicólogo, você pode se informar sobre a teoria que dá base ao trabalho do profissional e sobre a formação e experiência dele. Além disso, você pode, no início do processo, perguntar a ele sobre essas mesmas questões. Assim, você pode compreender sua metodologia de trabalho e como ele planeja as intervenções.
Por outro lado, a psicoterapia não depende somente do profissional. A pessoa que busca pelo atendimento precisa estar aberta para o processo e participar ativamente de suas mudanças. Não existe “forma mágica”: existe trabalho conjunto.
5. A psicoterapia é para sempre.
O tempo da psicoterapia depende muito da complexidade do problema, do comprometimento da pessoa e da forma como ela, particularmente, evolui no tratamento. Depende, ainda, da abordagem teórica do psicoterapeuta. Na Psicoterapia Baseada em Sartre, a meta é que a pessoa possa ter alta do processo. Desse modo, as sessões são planejadas e objetivos são traçados conjuntamente com o cliente, sendo que ambos trabalham para alcançá-los.
6. Só que o psicoterapeuta faz é escutar.
É verdade que o psicoterapeuta passa boa parte das sessões realizando uma escuta atenta. Porém, as habilidades de um psicoterapeuta vão além de uma escuta comum. Esta é somente uma primeira etapa para as intervenções que irá realizar.
Assim, enquanto ouve, o psicólogo também conduz seu relato para questões específicas, que irão possibilitar a compreensão do caso. Há um processo de investigação objetiva da realidade, dos eventos e fenômenos psicológicos, que tem base na metodologia e na teoria que fundamentam o trabalho do profissional. Desse modo, psicoterapeuta e paciente poderão chegar a um entendimento da situação vivida e buscar conjuntamente estratégias para superar impasses. Todo esse processo diferencia a escuta do psicoterapeuta de outras escutas, como de amigos ou pessoas da família.
7. Psicólogos adivinham o que pensamos e terão respostas prontas para os meus problemas.
A psicoterapia é um procedimento baseado na ciência e possui uma metodologia de acesso e compreensão dos fenômenos psicológicos. Na Consciência Psicologia, utilizamos o Existencialismo Sartreano para a condução dos processos psicoterapêuticos.
